Sexta-feira

São Paulo da Cruz foi antes de tudo um homem de Deus, atormentado pelo fato de que a Paixão de Jesus, da qual nos vem todo o bem, ter sido tão esquecida. Ele compreendeu que na Paixão está a salvação eterna do homem e também o segredo para superar o egoísmo, a rivalidade e a dureza de coração, que tanto mal trazem à humanidade.

Grande místico, foi também um homem extraordinariamente equilibrado. Com profunda intuição espiritual, trabalhou para tornar a fé e a prática cristãs compreensíveis e atraentes para o homem moderno e conseguiu envolver no seu apostolado não só o clero e as almas mais sensíveis, mas também as pessoas simples do povo comum. Ele estava consumido pelo zelo e pela caridade, feliz por oferecer toda a sua existência a Deus. É certamente um homem de cuja vida e ensinamentos ainda hoje é possível aprender a caminhar nos caminhos de Deus e a servir o seu Reino.

O vosso Fundador compreendeu bem como os mecanismos de poder, de ganância e de protagonismo eram incompatíveis com os sentimentos do Crucificado. Por isso pregou e promoveu o desapego e a liberdade interior: “Procurem – escreveu – ser simples e humildes como as crianças; não percam de vista o horrível nada que vocês são, não percam de vista que não têm nada, não sabem nada, não têm poder… E a paz que é fruto do Espírito Santo os fará crescer na caridade uns para com os outros, sendo um coração só em Jesus Cristo” (São Paulo da Cruz, Cartas , IV, 226).

(João Paulo II – 28/10/1994)